Realizar o tratamento de esgoto é uma medida fundamental para a saúde e qualidade de vida da população. Principalmente, porque ajuda a reduzir as doenças causadas por veiculação hídrica.
Quando bem realizado, o tratamento do esgoto é uma forma de remover as cargas poluentes. E, então, devolver a água aos rios e mares em conformidade com os padrões exigidos pela legislação ambiental, como a Política Nacional de Saneamento Básico.
O mais interessante é que esse processo vem passando por uma expressiva evolução tecnológica. Hoje, temos soluções capazes de aumentar a eficiência e a qualidade do tratamento.
Para apresentar essas tecnologias, elaboramos este artigo. Nele, você entenderá como funciona o tratamento de esgoto, assim como as principais inovações tecnológicas do segmento. Boa leitura!
Tratamento de esgoto no Brasil: entenda o cenário
O esgoto é composto por toda a água e os resíduos que ela carrega pelos encanamentos das cidades. Mas para onde vai todo esse resíduo? Infelizmente, uma parte dele não recebe o devido tratamento e acaba sendo despejada em rios e mares.
No Brasil, os dados revelam que ainda há uma grande necessidade de evolução. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 56% da população possui acesso à rede de esgoto. Além disso, apenas 52,2% dos esgotos do país são tratados.
Assim, para maior qualidade de vida da população brasileira, universalizar o acesso ao saneamento básico é uma medida urgente.
Como forma de melhorar estes e outros números, o Governo Federal lançou, no ano de 2013, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).
Segundo este plano, 90% dos brasileiros deverão ter acesso à coleta e ao tratamento de esgotamento sanitário até o ano de 2033. Para isso, o programa se baseia no planejamento integrado do saneamento básico considerando seus quatro componentes:
- Abastecimento de água potável;
- Esgotamento sanitário;
- Limpeza urbana;
- Manejo de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Essa é uma medida que, além de contribuir com a saúde, também está relacionada ao desenvolvimento humano. É também uma forma de aumentar a produtividade e valorizar áreas cobertas por este serviço básico.
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Como é o processo de tratamento de esgoto?
Como ainda apresentaremos neste conteúdo, as estações de tratamento de esgoto (ETE) estão cada dia mais modernas, inovadoras e tecnológicas. Logo, aumentando a eficiência de todo o processo.
Mesmo com toda a inovação, toda ETE se baseia em alguns passos para tratar o esgoto. Veja:
1. Gradeamento
Essa é a primeira etapa realizada para o tratamento do esgoto. Nela, há a retenção dos resíduos sólidos indevidamente lançados na rede de esgoto, como lixos sólidos.
2. Desarenação
Nessa segunda etapa, o esgoto segue para a caixa de areia. Assim, ocorre a remoção de todos os detritos sólidos presentes nele, que possam ter escapado ao processo anterior, mediante sedimentação.
3. Reator anaeróbio
O esgoto então passa pelo primeiro passo de tratamento biológico. Ele é lançado em tanques fechados na presença de bactérias anaeróbias, responsáveis pelo processo de degradação da matéria orgânica.
4. Filtro biológico aerado
No quarto processo, o esgoto passa por filtros de brita onde ocorre a injeção de oxigênio. Nessa etapa, também acontece o segundo passo do tratamento biológico, na presença de bactérias aeróbias, responsáveis por degradar as substâncias orgânicas. Elas usam o oxigênio como alimento e fonte de energia, mediante processos oxidativos.
5. Decantação
Neste processo, os resíduos sólidos são decantados e formam o lodo, que se estabelece no fundo do tanque. É adicionado coagulante para remoção de nutrientes.
Depois, o líquido coletado na parte superficial, já livre de impurezas, segue para a etapa de desinfecção.
6. Desinfecção
Por fim, há a remoção de vírus, bactérias e outros microrganismos. Esse processo pode ocorrer de duas formas: adição de produto químico sanitizante ao esgoto líquido ou encaminhamento do mesmo a uma unidade com plantas macrófitas (aquáticas).
Importante salientar que estes passos podem variar entre as ETEs! Principalmente de acordo com o tipo de tratamento, as características do esgoto e os objetivos finais.
Por isso, é preciso levar em consideração que estes passos estão relacionados ao tratamento básico do esgoto.
4 tecnologias que contribuem com o tratamento de esgoto
Quando falamos sobre saneamento básico, um dos focos das pesquisas é melhorar o desempenho do sistema. Ao mesmo tempo, contribuir com o meio ambiente.
No caso do tratamento de esgoto, há uma série de inovações tecnológicas que se destacam. Confira:
1. Lodos ativados
Por definição, o Lodo Ativado é uma denominação dada ao sistema de tratamento de esgoto que ajuda a estimular mecânica, física, química e biologicamente a biota aeróbia do esgoto bruto.
Desse modo, melhorando a eficiência da digestão da matéria orgânica.
Segundo o Centro Ambiental de Saneamento Ambiental da UFRJ, o processo é constituído de duas unidades:
- Tanque de aeração;
- Decantador secundário.
No tanque de aeração ocorre a decomposição aeróbia do substrato orgânico solúvel, assim como a formação de flocos biológicos para sedimentação posterior.
Através da recirculação dos sólidos sedimentados, no decantador secundário, a concentração de biomassa no tanque de aeração se mantém elevada. Portanto, possibilitando a maior permanência da biomassa no sistema, além da garantia de maior eficiência na remoção da matéria orgânica.
Nele, a parcela dos sólidos sedimentados e não recirculados é removida do processo, o que caracteriza a produção excedente de lodo.
2. Sistema MBBR (Moving Bed Bio-Reactor)
A tecnologia MBBR é aplicável a sistemas de tratamento de esgoto do tipo biológico. Sigla para “reator biológico de leito móvel”, em português, se baseia na colocação de pequenas peças plásticas dentro dos reatores biológicos, conhecidas como biomídias.
Essas estruturas ocupam uma extensa superfície de contato, sendo capazes de hospedar microrganismos que formam o lodo bioativado. Consequentemente, aumentando a eficiência de tratamento de líquidos.
Por essas características, essa tecnologia é adotada para otimizar o tratamento do esgoto, especialmente quando há pouca disponibilidade de espaço.
3. MBR e IFAS
O MBR (Moving Bed Bioreactor) e o IFAS (Integrated Fixed-Film Activated Sludge) são tecnologias de tratamento de águas residuais que utilizam meios agitados por bolhas de ar.
Ambos os processos utilizam meios semelhantes, suspensos num biorreator continuamente misturado.
Dessa forma, o IFAS-MBR representa uma nova tecnologia de tratamento de esgoto que combina as vantagens do MBR e do IFAS. Para isso, introduz transportadores de plástico no reator aerobio de uma planta piloto de MBR.
Esse modelo é uma opção interessante quando o espaço é limitado ou é necessária uma alta qualidade do esgoto tratado. Também é um tratamento preliminar atraente para sistemas de osmose reversa.
4. Processo de osmose reversa
A tecnologia de tratamento de esgoto por osmose reversa é um processo de tratamento terciário.
Ele é baseado no uso de membranas para garantir que as partículas menores perdidas nos estágios anteriores sejam retidas, especialmente os sólidos totais dissolvidos (TDS).
Esse processo trabalha com o princípio de filtração acionada por pressão.
Nele, a membrana é semipermeável e atua como um filtro, permitindo a passagem de moléculas de água enquanto retém os sais dissolvidos, contaminantes e outras impurezas.
Por fim, é importante destacar que a SaveWater considera inúmeros fatores na concepção de um projeto de ETE, podendo adotar as seguintes tecnologias:
- Lodos ativados;
- MBBR, MBReIFAS;
- Reatores USB;
- Filtro aerado submerso;
- Filtro biológico percolador;
- Decantadores;
- Flotadores por ar dissolvido;
- Osmose Reversa / Ultrafiltração.
Gostou de conhecer mais sobre as inovações tecnológicas utilizadas no processo de tratamento de esgoto?
Então aproveite e confira o catálogo de soluções da SaveWater para a ETE.
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